Texto por Clayton Franco – Fotos por Rodrigo Monteiro e Leandro Almeida (Onstage) – Edição por André Luiz
Ansiedade define o sentimento desta turnê em conjunto passando pelo Brasil desde seu anúncio. Há muito tempo o país esperava para ver a versão do Rhapsody capitaneada pelo guitarrista Luca Turilli – a versão comandada por Alex Staropoli “Rhapsody Of Fire” excursionou no país em 2012, e ainda em 2010, o grupo seminal “Rhapsody” que deu origem aos dois grupos atuais e contava com Luca e Alex no line up. Finalizando a noite, ainda teríamos o show do Primal Fear, trazendo a potente voz de Ralf Scheepers que arrebentou tudo no Monsters Of Rock de 2015. Com esta dobradinha de shows, a noite teria tudo para ser “épica”, no sentido mais literal e puro da palavra.
Com a abertura da casa anunciada para as 20h e o primeiro show as 21h30m, ambos sofreram um atraso de cerca de uma hora devido a passagem de som do grupo; mas nada que viesse a prejudicar o evento. Portanto, às 22h30m, Luca Turilli subiu ao palco com seus companheiros de banda ao som da introdução “Nova Genesis (Ad splendorem angeli triumphantis)” sendo ovacionados por todos os presentes, iniciando o show com “Knightrider Of Doom”, canção das antigas que agitou seu fiel público. Divulgando seu novo álbum de estúdio ‘Prometheus: Symphonia ignis divinus – 2016’, tivemos a empolgante “Rosenkreuz – The Rose And The Cross” emendada com outro clássico antigo: “Land Of Immortals”. O que vimos no palco durante a apresentação foi uma banda competente e entrosada. Luca sorria a todo o momento, apontava e gesticulava com a plateia demonstrando o quanto estava feliz pela recepção do público paulista. Com “Unholy Warcry”, o vocalista Alessandro Conti mostrou a potência de sua voz, não ficando atrás nas canções gravadas originalmente por Fabio Lione.
O show continuou mesclando canções antigas e novas, com destaque para “Son Of Pain”, canção da fase anterior do grupo (Rhapsody Of fire), a qual seguiu com a faixa título do último trabalho: “Prometheus”. Logo após sua execução, o grupo deixou o palco apenas para Alex Landerburg fazer um solo de bateria. Embora eu não seja grande fã de solos no meio do show, devo dizer que este solo me surpreendeu. A técnica demonstrada por Landerburg foi incrível e também tivemos a grata surpresa da inserção de partes de percussão da canção tema do seriado “Game Of Thrones”. Fim do solo, os integrantes retornaram ao palco com “II Cigno Nero”, mais uma do último disco de estúdio. O entrosamento do grupo foi peça chave no show, com Luca Turilli nas guitarras e Patrice Guers nas linhas de baixo correndo para todos os lados e alternando suas posições no palco, sempre brincando com a plateia.
E por falar em Luca, foi chegado o seu momento solo, durante o qual ele demonstrou porquê é um dos melhores guitarristas de metal épico. Uma coisa que chama a atenção é a maneira como o mesmo segura a guitarra, sua empunhadura é mais alta com o instrumento bem acima da cintura e próxima ao peito – uma posição típica de violonistas eruditos, demonstrando de onde vem a sua escola musical e embasamento clássico nas canções do grupo. Nem preciso dizer que seu solo foi saudado pelos presentes. Os demais integrantes retornaram ao palco executando “The Pride Of The Tyrant”, antiga canção que foi acompanhada em uníssono pelos presentes. “Demonheart” veio na sequência, inclusive tendo um espaço no meio da canção para Patrice Guers demonstrar sua técnica no baixo. O show já se aproximava do final, Alessandro Conti agradeceu a presença de todos e disse o quanto estava feliz por tocar para um público tão carismático e insano como o daquela noite. Encerrando a primeira parte do show tivemos a épica “Dawn Of Victory”, um dos maiores clássicos da fase “Rhapsody” e que literalmente foi cantada a plenos pulmões por todos os presentes.
Sob aplausos da plateia que pedia mais, o grupo retornou ao palco com “Quantum X”, muito bem recebida pelos fãs. O encerramento fez as fundações do Tropical Butantã tremerem: todo o agito que o público demonstrou com “Dawn Of Victory” foi ofuscado aos primeiros acordes de “Emerald Sword”, a canção mais conhecida do grupo acompanhada em uníssono por todos os presentes que cantaram o refrão como se fosse um grande coro italiano – até mesmo as linhas de guitarras nos solos foram acompanhadas pelos fãs ensandecidos. Se o epic metal demonstra agito e bravura de seus seguidores, com certeza após o apoteótico final, todos os presentes estavam aptos a empunhar uma espada de esmeralda e sair caçando dragões pelo céu paulistano.
Set List Luca Turilli’s Rhapsody:
Nova genesis (Ad splendorem angeli triumphantis) – Intro
Knightrider Of Doom
Rosenkreuz (The Rose And The Cross)
Land Of Immortals
Unholy Warcry
Son Of Pain
Prometheus
Il Cigno Nero
The Pride Of The Tyrant
Demonheart
Dawn Of Victory
Quantum X
Emerald Sword
Após o Luca Turilli’s Rhapsody finalizar sua apresentação, as cortinas se fecharam para preparação do palco no que seria a próxima atração da noite. A espera foi rápida, e após vinte minutos, sob a introdução de “Countdown To Insanity”, Ralf Scheepers e Mat Sinner subiram ao palco com o Primal Fear para o show principal da noite com “Final Embrace”, petardo do segundo disco dos alemães, seguida por “In Metal We Trust”, divulgando seu mais recente álbum ‘Rulebreaker’ – 2016. Sem deixar tempo para os presentes respirarem, emendaram com “Angel In Black”, outra de suas composições antigas. Uma parada rápida para Ralf cumprimentar o público, dizer o quanto estava feliz por voltar a tocar em São Paulo novamente, elogiar a empolgação dos presentes e dizer que a canção seguinte tratava-se da faixa título do último trabalho de estúdio: “Rulebreaker”. Embora seja uma canção recente, o novo disco do grupo foi bem recebido por todos presentes.
Com “Sign Of Fear” o agito do público cresceu, acompanhando Ralf durante toda a canção. “The Sky Is Burning” foi outra que bem recebida por todos, demonstrando que o novo álbum já estava na boca dos fãs. Tivemos mais uma parada para Ralf brincar com a plateia esbanjando simpatia, vestir uma camisa da seleção brasileira e dizer que sempre foi um grande admirador de Fórmula 1 e fã do saudoso Ayrton Senna, comentário este que rendeu aplausos dos presentes. O show retornou com o petardo “Nuclear Fire”, seguida por “Angels Of Mercy”, outra acompanhada em uníssono pelo público presente.
“The End Is Near” e “When Death Comes Knocking” foram duas gratas surpresas no set list, representando o penúltimo trabalho de estúdio ‘Delivering the Black’ – 2014. O show já se aproximava de seus acordes finais com “Chainbreaker” e o encerramento da primeira parte se deu com “Metal Is Forever”, clássico absoluto do grupo e cantada em uníssono pelos seus fãs, utilizada por Ralf para apresentar os integrantes do grupo, transformando a música em uma grande jam bem maior do que a versão de estúdio. O intervalo se deu em questão de minutos, com Mat Sinner, Ralf Scheepers e todo o Primal Fear retornando ao palco de forma grandiosa com “Rollercoaster”. O encerramento apoteótico deu-se com “Running In the Dust”, responsável por animar todo o público, clássico mais que bem-vindo, durante o qual muitas vezes os fãs presentes encobriram a voz de Ralf, tamanha a euforia causada pela canção. Realmente um final digno para uma noite memorável.
Fim do show, o Primal deixou o palco ao som de “Born Again” sendo tocada no sistema da casa. Embora o show tenha acabado, muitos dos fãs permaneceram no local, pois durante o intervalo entre as apresentações foi anunciado que ambas as bandas atenderiam aos fãs que quisessem uma foto ou autógrafo. Desta forma, os integrantes do Rhapsody – com exceção de Luca Turilli – assim como os do Primal Fear apareceram nas pistas e camarotes para atender o público. Agradecimentos à Corsário – na pessoa de Julio Viseu – e à The Ultimate Music – na pessoa de Costálibe Jr. – pela produção do evento e credenciamento de nossa equipe.
Set List Primal Fear:
Countdown To Insanity – Intro
Final Embrace
In Metal We Trust
Angel In Black
Rulebreaker
Sign Of Fear
The Sky Is Burning
Nuclear Fire
Angels Of Mercy
The End Is Near
When Death Comes Knocking
Chainbreaker
Metal Is Forever
Rollercoaster
Running In The Dust
