Dire Straits Legacy – 04-05-2017 – São Paulo (Espaço das Américas)

Texto por Alvaro Ramos – Fotos por Rodrigo Monteiro – Edição por André Luiz

O Dire Straits Legacy surgiu como uma ideia de levar aos fãs do lendário grupo britânico Dire Straits, que lançou dezenas de hits conhecidos por todas as gerações desde os anos 70, uma apresentação de grandes clássicos, com formação composta por membros que fizeram parte da banda. O anúncio da passagem desta turnê pelo Brasil deixou os fãs do Dire Straits muito instigados, já que Mark Knopfler nunca passou por aqui, nem com o Dire Straits e nem em shows solo, seria então a oportunidade de conferir de perto os clássicos que marcaram gerações, mesmo sendo difícil pensar em ver os membros da banda com outro vocalista, Marco Caviglia. Mas de qualquer forma, muitos fãs quiseram conferir a apresentação, lotaram o Espaço das Américas e se surpreenderam com o que viram.

Com a casa cheia, as luzes da casa de shows se apagaram por volta das 22h35m, e Phil Palmer, Alan Clark, Danny Cummings, Mel Collins, Marco Caviglia, Mickey Feat, Primiano Dibase e Andy Treacey entraram no palco, enquanto os acordes e a atmosfera de “Private Investigation” deram início ao show de maneira mais contida, para em seguida já dispararem “Walk Of Life”, a qual mudou completamente o cenário: as pessoas à minha volta já começaram a se animar, dançar e se empolgar diante do clássico que veio para preparar o público para a sequência de sucessos que ainda estaria por vir.

Confesso que antes do show, a minha maior dúvida era sobre como seria um show do Dire Straits sem o inconfundível vocalista e guitarrista Mark Knopfler. Mas em poucos minutos, Marco Caviglia já mostrava que estava mais do que preparado para assumir tamanha responsabilidade e trazer  um show impecável. Sua voz e estilo de tocar guitarra se encaixam perfeitamente, sendo extremamente fiel às características de Mark Knopfler. Muitas vezes durante o show, se você fechasse os olhos, sentiria como se o próprio Knopfler estivesse cantando naquele palco.

O show seguiu com uma mescla de músicas mais tranquilas, com aquela atmosfera peculiar inconfundível do Dire Straits, mas também clássicos dançantes. “Expresso Love”, “Romeo & Juliet”, “Tunnel Of Love” e “Setting Me Up” foram algumas delas, mas foi com “Sultans Of Swing”, já na metade do set list, que o show teve um de seus ápices. Com uma execução perfeita, a banda cantou com o apoio do público que se empolgava cada vez mais. Em seguida, Mel Collins tocou os acordes iniciais de “Your Latest Trick”, e logo depois da execução da mesma, Marco aproveitou para conversar um pouco com o público, e contar que a banda está em estúdio há alguns meses trabalhando em músicas novas, e que tocariam uma destas pela primeira vez como um presente para nós, fãs paulistas, os quais tivemos o privilégio de ver “Jesus Street” sendo tocada ao vivo antes de qualquer outro lugar do mundo. A bela música nova merece também um comentário, pois mostra que o Dire Straits Legacy não é apenas uma reunião de ex-membros do Dire Straits que querem simplesmente sair fazendo shows, mas que são músicos fazendo shows de grande qualidade para os fãs, e que além de manter o legado da banda, querem continuar construindo coisas novas.

De volta aos clássicos, o show continuou com “On Every Street”, faixa do álbum homônimo, que é um dos mais importantes da banda. “Telegraph Road” veio logo depois para encerrar o show, e a banda saiu do palco após agradecer aos fãs que obviamente pediram mais, já que ainda faltavam algumas músicas que não poderiam ficar de fora de um show dedicado ao Dire Straits.

Atendendo aos pedidos, Marco e companhia voltaram ao som de “Brothers In Arms”, faixa título do álbum de 1985, considerado pela grande maioria dos fãs como o melhor álbum da banda, por conter clássicos como “So Far Away”, “Money For Nothing”, “Walk of Life”, “Your Latest Trick”, e é claro, a faixa-título que estava sendo apresentada no dado momento. Como não podia deixar de ser, “Money For Nothing”, uma das mais adoradas pelos fãs, veio na sequência. A música, composta por Mark Knopfler e Sting, do The Police, fez todo o Espaço das Américas cantar e vibrar com Marco e o restante da banda. Marco ameaçou deixar o palco, mas o público ainda pedia mais, então o vocal brincou com o público e o grupo executou mais duas músicas, “The Bug” e “Portobello Belle”, escolhidas para encerrar de fato a noite, sendo uma surpresa por não serem faixas tão famosas quanto “So Far Away”, por exemplo, que ficou de fora do set list. Mas quem se importava com clássicos que todos já conhecem, se tivemos durante o show surpresas agradáveis como “The Bug”, “On Every Street” e até uma música nova?

Durante duas horas e quinze minutos, a banda agradou o público na sua primeira passagem pela nossa cidade, mostrando aos fãs para que vieram, e se voltarem, com certeza serão bem recebidos pelos mesmos, que saíram do Espaço das Américas contentes e surpreendidos pela ótima apresentação. Depois de São Paulo, a turnê brasileira ainda teve shows em Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Vitória, Salvador e Recife. Como Alan Clark disse recentemente em uma entrevista, “Quem gosta mesmo de Dire Straits jamais vai achar nosso show ruim”. Agradecimentos à Mercury Concerts e Catto Comunicação pela produção do evento e credenciamento de nossa equipe.

Set List Dire Straits Legacy:
Private Investigation
Walk Of Life
Expresso Love
Down To The Waterline
Romeo & Juliet
Tunnel Of Love
Six Blade Knife
Setting Me Up
Sultans Of Swing
Your Latest Trick
Jesus Street
On Every Street
Telegraph Road

Brothers In Arms
Money For Nothing
The Bug
Portobello Belle

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