Rhapsody – 06-05-2017 – Rio de Janeiro (Vivo Rio)


Texto por Gustavo Moraes – Fotos por Arony Martins – Edição por André Luiz

Em 2011, os fãs e admiradores do Power Metal Sinfônico do Rhapsody Of Fire ficaram surpresos com a notícia de que o guitarrista e um dos lideres criativos da banda, Luca Turilli, deixaria a banda junto com o baixista Patrice Guers por conta das famosas “diferenças criativas” com o tecladista Alex Staropoli para fundar a sua própria versão da banda, a “Luca Turilli’s Rhapsody”. Após a surpresa, o Rhapsody Of Fire original lançou mais dois álbuns de estúdio, porém, no final de 2016, novidade para os fãs: o vocalista Fabio Lione, a voz da banda desde o seu álbum mais icônico, ‘Symphony Of Enchanted Lands’, também anunciou que estava saindo da banda, seguido pelo baterista Alex Holzwarth. Muitos (eu inclusive) concluíram que Lione estava abandonando a banda onde construiu sua carreira para se dedicar exclusivamente ao Angra, onde já havia sido efetivado como vocalista após o relativo sucesso do álbum ‘Secret Garden’, já que haviam rumores, confirmados recentemente, de que a banda estava em processo de composição para um novo álbum.

Eis que, quando todos menos esperavam, no início de 2017 surgiu a notícia e posterior confirmação de que Lione e Turillil se reuniriam com os demais ex-membros da banda, Dominique Leurquin, Patrice Guers e Alex Holzwarth para a turnê chamada “Rhapsody Reunion – 20th Anniversary Farewell Tour”, que comemoraria os 20 anos de aniversário da banda e serviria, também, como turnê de despedida da auto intitulada formação original, somente sem o tecladista Alex Staropoli. Foi informado também, que nesta turnê a banda executaria o ‘Symphony Of The Enchanted Lands’ na integra, além de outros clássicos. Foram divulgadas, junto com este anúncio, as primeiras datas da turnê, incluindo uma grande passagem pelo Brasil.

No sábado, 06, a banda desembarcou em terras tupiniquins, após shows sold-out no México, Colombia e Chile, para uma apresentação no Vivo Rio, Rio de Janeiro. Com a presença de um grande público na casa de shows, pontualmente às 22h a banda subiu ao palco ao som de “Epicus Furor”, porém, assim que começaram os primeiros acordes da clássica “Emerald Sword”, o sistema de som apresentou problemas técnicos, o que fez a banda abandonar o palco e deixarem os fãs, já ensandecidos, em espera por mais alguns minutos para enfim, após nova reprodução de “Epicus Furor”, a banda subir ao palco e iniciar um fantástico show.

As primeiras nove músicas do set list foram a reprodução fiel do álbum já citado anteriormente, com grande destaque para Lione e Turilli. Apesar de gostar bastante do trabalho que o vocalista italiano vem fazendo com o Angra, é notório que seu auge é alcançado quando canta com Rhapsody. Poucas vezes vi um vocalista com tanto domínio de palco, e, principalmente, das notas que alcança ao vivo. Ouso dizer que a versão de palco de Fabio Lione é melhor do que sua versão de estúdio. As músicas, rápidas em sua maioria e com longos agudos, foram interpretadas de forma absurda pelo vocalista, demonstrando que tanto sua voz quanto as canções não envelheceram de 1997 até agora. Destaque para “Wings Of Destiny”, uma intepretação inspirada de “Lamento Eroico”, a primeira música da banda em italiano e uma brincadeira com a plateia, durante a qual Lione interpretou a ópera “Nessun Dorma” de forma espetacular. Também destaco a empolgação do guitarrista Luca Turilli, com animação que me lembrou bastante a de Janick Gers nos shows do Iron Maiden.

Mas o ponto alto da noite aconteceu na última musica antes da banda deixar o palco para o encore. Uma interpretação magistral da épica “Dawn Of Victory” do álbum homônimo deixou a plateia em polvorosa, a ponto de, com o palco vazio – para o habitual suspense de “será que acabou?” – o público permencer aos gritos por cerca de 5 minutos cantando o refrão da musica recém tocada. Com a volta para o bis, a faixa derradeira da noite foi a rápida “Holy Thunderforce”, a qual finalmente gerou um mosh na plateia. Detalhe para os funcionários da casa se esticando para ver os fãs se batendo daquela forma que nos deixa “orgulhosos”.

Show terminado, restou a sensação de finalmente ter visto “O grande espetáculo do power metal”, infelizmente já em sua derradeira turnê. O Rhapsody foi certamente uma banda que marcou uma geração de fãs fieis e que sentiram falta dessas noites quase que literalmente mágicas, medievais e épicas. Obrigado Rhapsody, vocês fizeram por merecer seu lugar no Monte Olimpo do Power Metal durante estas duas décadas de carreira. Agradecimentos à Top Link e assessoria de imprensa do Vivo Rio.

Set List Rhapsody:
Epicus Furor/Emerald Sword
Wisdom Of The Kings
Eternal Glory
Beyond The Gates Of Infinity
Knightrider Of Doom
Wings Of Destiny
The Dark Tower Of Abyss
Riding The Winds Of Eternity
Symphony Of The Enchanted Lands
Solo de Bateria
Land Of Immortals
The Wizard’s Last Rhymes
Solo de Baixo
Dawn Of Victory

Rain Of A Thousand Flames
Lamento Eroico
Holy Thunderforce/In Tenebris

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