Warrel Dane, vocalista das bandas Sanctuary e Nevermore, faleceu nesta quarta-feira, 13 de dezembro, em São Paulo, aos 56 anos de idade. Segundo relatos de músicos que o acompanhavam, Warrel sofreu um infarto durante a noite e não pôde ser socorrido.
Ao site UOL, Johnny Moraes, guitarrista da banda solo de Dane comentou sobre o ocorrido. Ele estava com o vocalista quando ele começou a se sentir mal por volta da meia-noite. “Ele morreu nesta noite, teve um infarto. Estava no flat onde se hospedou para a gravação do disco, quando aconteceu. Eu cheguei a fazer massagem cardíaca, chamamos o Samu, que chegou bem rápido, mas quando eles chegaram, ele já tinha morrido”, comentou Johnny.
Ainda conforme relatos do guitarrista ao UOL, Warrel sofria com problemas de saúde ultimamente: “A saúde dele já estava bem debilitada, por conta das diabetes e os problemas que ele teve de alcoolismo. Ele já enfrentava muitos problemas de saúde”.
O músico estava no país gravando seu segundo álbum solo, intitulado ‘Shadow Work’, com previsão de lançamento para 2018. “O disco estava com o instrumental quase todo concluído e começamos a gravar a voz. Boa parte estava feita. Talvez a gente possa contar com convidados. Mas ainda não tem nada oficial” relatou Johhny a reportagem do UOL.
Fábio Carito, baixista da banda em depoimento ao site Globo.com disse que o corpo de Dane está no IML e que o consulado americano em São Paulo já havia sido informado. Um amigo deve vir dos Estados Unidos para liberar o corpo e acompanhar o traslado. A cerimônia fúnebre deve acontecer em Seattle, cidade-natal do artista. “O Warrel disse que estava com sono e foi deitar. Um tempo depois, na hora de se despedir, o Johnny viu que ele já não respirava. Foi fulminante. Ele estava um pouco debilitado, porque tinha diabates e era agressiva. Ele aplicava insulina, tomava medicação” comentou o baixista à reportagem do Globo.com por telefone.
O músico de 56 anos nasceu em Seattle em de 07 de março de 1961. Sua primeira banda foi o Serpent’s Knight com a qual gravou em 1983 o álbum ‘Released From The Crypt’, mas foi com o Sanctuary que alcançou fama nos Estados Unidos a partir de 1985, banda com a qual gravou os álbuns ‘Refuge Denied’ e ‘Into The Mirror Black’. Em meados de 1991 formou com seu amigo baixista Jim Sheppard – remanescente do Sanctuary – o Nevermore, com a qual gravou 07 álbuns de estúdio – destaque para ‘Dead Heart In A Dead World’ de 2000 – até 2011 quando a banda se dissolveu. Desde então, dedicou seu tempo a gravações e tours com banda solo e a reunião do Sanctuary. Warrel Dane era formado em Filosofia, Teologia e Sociologia, além de ter sido cheff de cozinha em um restaurante italiano. Até o momento, algumas figuras já se posicionaram a respeito do ocorrido:
“A Century Media lamenta a morte de Warrel Dane. Em respeito à sua família, companheiros de banda e amigos, um comunicado oficial será divulgado futuramente” – Century Media, gravadora responsável pelos lançamentos do Sanctuary, Nevermore e Warrel Dane solo.
“Hoje acordo com a notícia de que Warrel Dane morreu. Eu nem sei o que dizer. Meu amigo, irmão e companheiro musical há mais de 30 anos faleceu. Estou em choque total agora. Desculpe por familiares ou amigos próximos que tiveram que ouvir as novidades no Facebook” – Lenny Rutledge, guitarrista do Sanctuary na página do Facebook da banda.
“A banda e eu enviamos as nossas sinceras condolências à família de Warrel Dane e aos entes queridos. Ele era um velho amigo da banda e faleceu. Saudações para você e seu legado meu irmão, você deixou sua marca e não será esquecido!” – Jon Schaffer, líder da banda Iced Earth.
“Chocado. Descanse em paz” – Tony Dolan, vocalista da banda Venom INC.
“Bom pessoal… A vida é dura mesmo… Hoje é um dia muito triste para o heavy metal. R.I.P. Warrel Dane, lenda do metal. You are forever in my heart…” – Johnny Moraes, guitarrista da banda solo de Warrel Dane.
Alguns membros da equipe Portal Metal Revolution comentaram sobre o falecimento de Warrel Dane:
André Luiz: “Nos idos dos anos 90 conheci o Nevermore por uma coletânea da Century Media assim como Sanctuary pelo programa Backstage do Vitão Bonesso, me interessava por metal porém meu pai não deixava ir a eventos pela idade. Minha primeira discografia completa foi do Nevermore e justamente em 2001, o primeiro show também foi o debut da banda no Brasil, no extinto A1 em São Paulo ao lado do Krisiun e Necromancia. A partir dali decidi ingressar no mundo da mídia metal, pela energia do show, pela performance ao vivo da banda quase idêntica a de estúdio, e desde então são 16 anos escrevendo sobre música na internet. Obrigado Warrel por dar o start naquela noite em minhas ambições neste meio, pelos grande momentos ao assisti-lo tanto com o Nevermore quanto em shows solos, por fazer parte da trilha sonora da minha vida seja na melancolia genialmente empregada nos anos 90-2000 quanto nos agudos fulminantes dos anos 80. Eis que 16 anos após a morte de Chuck Schuldiner, em 2017 o metal mundial renova seu luto na data de 13/dez. Meus sentimentos aos familiares e amigos, descanse em paz, WD”.
Eduardo Jr: “2017 esta sendo realmente difícil. Primeiro se foi o Rodrigo BV, outro grande fã do Warrel Dane, agora o próprio Warrel Dane. As coisas lá em cima estão ficando cada vez mais interessantes. O Warrel Dane foi uma das maiores vozes que já tive o prazer de ouvir. Timbre único, linhas de voz geniais, musicalidade acima de todas as médias. Estou devastado, perdi uma influência realmente importante. Tudo que já fiz na vida em termos de voz, tem um Q do Warrel. Descanse em paz grande Warrel Dane, sua música viverá para sempre no coração de seus fãs”.
Edi Fortini: “Warrel Dane é um músico excepcional. Ele fez parte da minha formação musical com o Sanctuary e foi uma honra tê-lo no Brasil por algum tempo. Por onde passava, esbanjava simpatia e amizades e isso é louvável em um ser humano. Certamente sua obra influenciará muitas pessoas por muito tempo ainda e devemos honrá-lo ouvindo sua música em alto e bom som. Aos músicos que o acompanhavam, aos amigos e à família ficam meus sentimentos e o desejo de que se recuperem. A música precisa de mais nomes como o do Warrel”.
Clayton Franco: “Warrel Dane foi um dos caras mais legais que conheci, uma pessoa extremamente simpática em cima do palco e fora dele também. Tive a oportunidade de vê-lo em um show solo em São José dos Campos, em uma casa noturna pequena, e mesmo em um local de menor porte e com poucos fãs o cara fez questão de fazer um show como se estivesse em um grande estádio e atendeu todo público depois, mostrando que tinha um grande respeito pelos seus fãs. Realmente uma pessoa que vai deixar saudade no meio musical, não apenas pela qualidade de sua obra mas também pelo respeito aos seus fãs”.