Grave Digger – 27-04-2019 – São Paulo (Carioca Club)

Texto por André Luiz – Fotos por Carlos Pupo – Edição por André Luiz

Um dos mais cultuados nomes do heavy metal mundial, líder do movimento FWOGHM (First Wave Of German Heavy Metal) ao lado de Running Wild e Rage, a banda alemã Grave Digger desembarcou pela 11ª vez no Brasil em 39 anos de carreira. Na capital paulista, local o qual a banda gravou seu disco ao vivo em comemoração as duas décadas e meia de história, o quarteto liderado pelo multifacetado Chris “Reaper” Boltendahl se apresentou no palco do Carioca Club, no sábado, 27, em show válido pela “Tour Of The Living Dead 2019” – divulgando o mais recente álbum ‘The Living Dead’. O grupo encontra-se no momento – segundo palavras do próprio frontman em entrevista exclusiva para o Portal Metal Revolution – escrevendo material inédito em meio a tour, para o lançamento que marcará os 40 anos de banda em 2020.

O Carioca Club estava cheio – mas não lotado – às 19h02m, momento em que as luzes se apagaram, uma intro iniciou nos PA’s com o caricato “The Reaper” desfilando no palco arrancando aplausos dos presentes, ocorreu a entrada dos músicos e o início do show com a faixa que arremete ao mais recente álbum, “Fear Of The Living Dead”. Em meio a luz azul no palco, um carismático Chris pediu as palmas dos presentes para execução de “Tattooed Rider” do ‘Return Of The Reaper’ de 2014. “Boa noite São Paulo, como vocês estão? É maravilhoso estar de volta aqui e nós prometemos várias músicas do verdadeiro heavy metal” discursou o frontman alemão na primeira pausa para conversa com o público, antes de anunciar a faixa título do disco de 2010 “The Clans Will Rise Again”.

Chris agradeceu os presentes após gritos efusivos ecoando o nome da banda pelo Carioca Club, e anunciou “Lionheart” do ‘Knights Of The Cross’ de 1998, faixa efusivamente comemorada com letra entoada a plenos pulmões pelo público. “Obrigado a todos, espero que estejam gostando da noite, esta é do novo álbum ‘The Living Dead’” discursou o sorridente Boltendahl antes de “Blade Of The Immortal”, seguida por mais uma faixa dos discos mais recentes, “Lawbreaker” do ‘Healed By Metal’ de 2017.  “Isto é heavy metal” bradou o vocal, comentando que fariam uma viagem à Escócia, anunciando “The Bruce (The Lion King)” do ‘Tunes Of War’ de 1996, faixa cadenciada, recheada de riffs cuja letra era facilmente memorizável, com destaque para o frontman pedindo as palmas do público e interagindo bastante durante o solo de Ritt.

O multi-tarefas Chris “Reaper” Boltendahl além de vocalista da lendária banda alemã Grave Digger também trabalha como pintor, escultor, fotógrafo, isto sem contar que escreveu e co-produziu o ‘The Living Dead’. Nesta tour, o músico excursiona ao lado do parceiro de longa data Jens Becker no baixo, o performer Axel “Ironfinger” Ritt na guitarra e Marcus Kniep na bateria – atuara anteriormente nos teclados da banda por 4 anos, mas é o baterista do grupo desde 2018. A relação entre público brasileiro – em especial o paulista – e os alemães vem de longa data, tanto que após Chris aplaudir os presentes pela interação, ecoou na casa de shows paulistana um cântico o qual tornou-se habitual: “ole ole Digger” era bradada pela plateia, enquanto Ritt fazia uma brincadeira na guitarra como que acompanhando a ovação. Após o frontman apresentar os músicos, anunciou o hino “The Dark Of The Sun” do ‘Tunes Of War’ de 1996, cantada em alto e bom som por todos, um público insanamente acompanhando a sequência de riffs do citado petardo.

Novamente os gritos de “ole ole Digger” foram ouvidos, os músicos brincaram em seus instrumentos acompanhando o cântico e Chris comentou que aquela seria “a nova música da banda” antes de anunciar “Call For War” do ‘Healed By Metal’ de 2017 – um petardo cheio de riffs matadores e aquela pitadinha à “Wasted Years” do Iron Maiden, com refrão bem ao estilo da faixa anterior executada pelos alemães. “Vocês são demais meus amigos, muito obrigado” discursou um agradecido Boltendahl, invocando “The Curse Of Jacques” do ‘Knights Of The Cross’ de 1998 na qual a interpretação de Chris abrilhantou a performance de palco do grupo. A mais rápida do disco de 2014, “War God”, trouxe um festival de riffs de Ritt e refrão cantado alto repetindo o título da faixa. Ainda no ‘Return Of The Reaper’, Jens Becker iniciou com uma bela intro no baixo a “Season Of The Witch”, e os presentes interagiram insanamente em meio a – novamente – interpretação fantástica de Chris.

O público vibrou ao som da gaita de fole nos PA’s do Carioca Club para “Highland Farewell” do ‘Ballad Of Mary’ de 2011, clássico bradado efusivamente por todos. “Vocês estão bem meus amigos?”, questionou o frontman – pergunta esta feita recorrentemente durante o show – e anunciou mais um petardo entoado em uníssono, “Circle Of Witches” do ‘Heart Of Darkness’ de 1995, emendando clássicos da trajetória quase quadragenária dos alemães. Os gritos de “Digger Digger” ecoavam novamente na casa de shows paulistana, a qual quase veio a baixo com um dos grandes petardos da história da banda, a aula de riffs chamada “Excalibur”, faixa título do clássico álbum de 1999, comemorada efusivamente pelos presentes. Encerrando a primeira parte do show, o público começou a cantar acompanhando Ritt na guitarra, até Chris continuar e a explosão de riffs e entusiasmo tomar conta do Carioca Club: “Rebellion (The Clans Are Marching)” do ‘Tunes Of War’ de 1996 contou com a presença do mascote The Ripper durante o playback da gaita de fole no meio da música. Um “obrigado” e os músicos deixaram brevemente o palco.

Os músicos retornaram, primeiro Kniep saudando os presentes antes do retorno fenomenal com a já clássica faixa título do álbum de 2017, “Healed By Metal”, muito bem recebida por todos. A divertida mistura de polca e metal “Zombie Dance”, do mais recente disco, contou com um animado Chris arrancando gargalhadas de Ritt durante sua dancinha imitando zumbi no refrão e as partes originalmente executadas pela banda austríaca Russkaja em sample. Assim como no Rio de Janeiro, a inclusão surpresa da faixa título do álbum de 2005 no set list, “The Last Supper”, agradou em cheio os presentes. A parte derradeira da apresentação não poderia ser outra do que com a música que nomeia o álbum de 1984 do Grave Digger, “Heavy Metal Breakdown”, mais um dos grandes clássicos dos alemães encerrando com maestria uma grande noite exatamente às 20h57m, destacando-se Ritt em performance exuberante no solo de guitarra arrancando brados efusivos do público.

Durante quase duas horas de shows, o Grave Digger apresentou um repertório balanceado entre faixas dos álbuns mais recentes com outras mais antigas, mas em meio a quase 40 anos de carreira, logicamente houve lamentos pela ausência de hinos da história dos alemães no repertório como “The Round Table”, “Knights Of The Cross”, “Morgane LeFay”, “Grave Digger”, “Son Of Evil”, “Witch Hunter” ou “Rheingold” apenas para citar alguns – para um set tão completo, seriam no mínimo três horas de show. O importante é que embora fosse a 11ª vez no país, a presença não apenas fisicamente, mas a participação do público durante todo espetáculo foi impactante, a ponto da própria banda comentar em suas mídias sociais que aquele fora um dos melhores shows da tour, mais uma demonstração de que Grave Digger e São Paulo estão ligados não apenas por um álbum ao vivo de 2005, mas pelo prazer de compartilharem da essência do heavy metal. Agradecimentos à Overload e The Ultimate Music.

Set List Grave Digger:
Fear Of The Living Dead
Tattooed Rider
The Clans Will Rise Again
Lionheart
Blade Of The Immortal
Lawbreaker
The Bruce (The Lion King)
The Dark Of The Sun
Call For War
The Curse Of Jacques
War God
Season Of The Witch
Highland Farewell
Circle Of Witches
Excalibur
Rebellion (The Clans Are Marching)

Healed By Metal
Zombie Dance
The Last Supper
Heavy Metal Breakdown

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