GLENN
HUGHES
ABERTURA: CASA DAS MÁQUINAS CARIOCA CLUB, SÃO PAULO - SP Review por Clayton Franco - Edição por André Luiz Fotos por André Luiz (metalrevolution.net) Glenn Hughes, the voice of rock! Este exímio vocalista/baixista, possuidor de uma voz incomparável, além de ter passagens em bandas e projetos de renome, merece tal título. Acho que poucos artistas do rock clássico e do heavy metal mereçam tanto o “título” que possuem como Glenn. Talvez Halford, o “metal god” e Dio. Ao se falar de Glenn, é impossível não se lembrar de sua prolífera discografia. Iniciou sua carreira artística bem cedo, aos 15 anos, deixando a escola para tocar guitarra em uma banda local antes de mudar para o baixo e começar a cantar. No início dos anos 70, participou do grupo de hard rock britânico “Trapeze” ao lado de Mel Galley alcançando enorme sucesso nos EUA. Alguns dizem que foi a segunda banda de hard mais famosa nos EUA, ficando atrás apenas do Led Zeppelin. Posteriormente integrou o Deep Purple, na fase “MKIII”, sendo sua participação de suma importância para clássicos da banda como “Burn” e “Stormbringer”. Ao deixar o Purple em 1976, cai de cabeça em sua carreira solo com o disco “Play Me Out” e devido ao seu sucesso e reconhecimento, empresta sua voz para diversos artistas em diversos grupos e parcerias, dentre os quais destaca-se o projeto Hughes/Thrall, Phenomena e o controverso (mas maravilhoso) disco “Seventh Star” do Black Sabbath. Entre alguns outros artistas com os quais veio trabalhar, podemos citar Malmsteen e Joe Lynn Turner. Com uma extensa carreira dotada de muitos clássicos, já era de se esperar maravilhosos shows na tour que passou por terras tupiniquins em dezembro, e é exatamente sobre o show realizado em São Paulo, no Carioca Club, que falaremos nesta resenha.
Já passava das dez da noite quando as luzes do Carioca são apagadas e ouve-se uma grande ovação vinda do povo presente. Com direito a cortinas e um show de luzes especial, eis que entram no palco Matt Goom (D), Soren Andersen (G), Anders Olinder (K) e a Voz do Rock em pessoa: Glenn Hughes, empunhando seu baixo e sorrindo aos presentes. Mal entraram no palco e manda um petardo direto dos tempos do Purple, estamos falando de “STORMBRINGER”! Caramba era o início do show, e eu já estava achando que perderia minha voz logo nesse clássico. Sou um grande fã do Purple, e é algo muito gratificante, posso dizer até mesmo mágico, ver essa canção na voz de Glenn, sabendo que o atual Purple nunca tocará nenhuma musica da MKIII. Se a primeira canção da noite já me deixou extasiado, a segunda poderia me levar ao enfarte. Sem deixar o ânimo dos presentes caírem, Hughes emenda com “MIGHT JUST TAKE YOUR LIFE”, clássico absoluto saído diretamente do disco “Burn”. Se essa dobradinha inicial já foi de arrancar lágrimas de muitos presentes, a próxima música devo dizer que foi uma grata surpresa. Glenn sempre sorrindo agradece a presença dos presentes e anuncia “SAIL AWAY”, presente no mesmo LP do petardo anterior. Devo dizer que esta é uma canção que separa os verdadeiros fãs do Purple daqueles que apenas conhecem as mais manjadas, pois diferentemente das duas canções iniciais onde houve participação massiva dos presentes, Sail Away não foi acompanhada por uma boa parcela do público. Logo após, estava na hora de conhecermos um pouco mais dos músicos que acompanham Glenn em sua atual tour. Soren, guitarrista que pelos comentários que ouvi é dinamarquês, faz um breve solo que serviu de introdução à quarta música da noite. Novamente temos uma música da fase Purple, por sinal a terceira canção seguida do disco Burn. Estamos falando da magnífica "MISTREATED", que diferentemente da canção anterior, fez com que todos voltassem a cantar em uníssono.
Uma pequena pausa no show, para novamente Glenn agradecer a presença e simpatia do público brasileiro. Diz que estão sendo maravilhosos os shows em nosso país e é muito grato pela presença de todos. Quebrando a seqüência de canções da época em que Hughes ingressava as fileiras do Purple, temos “CRAVE”, uma música com uma combinação de letra e ritmo um tanto quanto divertida. Para aqueles que não conhecem esta canção, ela faz parte do seu último trabalho de estúdio chamado “First Underground Nuclear Kitchen”, lançado em 2008. Para os fãs que ouvem apenas a fase antiga de Hughes recomendo este álbum, para mim um dos melhores de sua carreira. O show continua, e voltando a época Purple, temos a execução de “GETTIN TIGHTER” homenageando o disco “Come Taste the Band”. Logo após uma pequena pausa para que Matt Goom possa fazer seu solo de bateria. Confesso que sempre achei solos de bateria (e de guitarras também) uma perda de tempo. Não acrescenta nada nos shows, alem de roubar um tempo precioso que poderia ser usado com outras músicas. Creio eu que Matt também pense o mesmo, por isso fez um solo maravilhoso, mas rápido, demonstrando em um curto espaço de tempo toda sua garra e técnica. Confesso que até o dia do show nunca tinha ouvido nada deste batera. Fui pesquisar um pouco mais sobre ele, e descobri que toca em uma banda chamada “Raven Vandelle”. Gostei do som, um bom hard rock com uma pegada mais moderna. Para os que querem conhecer algo mais, procure a banda no Myspace. Fim do solo de Bateria, esta na hora deste repórter se contradizer um pouco. No parágrafo anterior acabei de dizer que não sou fã de momentos solos em shows, mas como não se emocionar com o solo de Glenn Hughes que sucedeu ao solo de bateria. Demonstrando um completo domínio de seus dois instrumentos de trabalho, voz e baixo, Glenn mostra o porquê é conhecido como “The voice of Rock”. Colocando toda sua alma e sentimento em cada agudo ou sussurro que faz no microfone, não há como não dizer que este é um dos melhores (se não o melhor) vocalista de Classic Rock existente. Após estes dois momentos solos, esta na hora de toda a banda retornar ao palco para o show em si continuar. Temos a execução de “DON’T LET ME BLEED”, com Hughes revisitando seus discos solos. Para aqueles que acompanham sua carreira, sabe que Glenn é fã da música negra norte americana, inclusive tendo cantado ao lado de alguns dos maiores artistas do Soul Music e do Black music. Para este que vos escreve, esta canção faz lembrar e muito este tipo de música e devo dizer que foi uma grata surpresa sua inclusão no repertório. Sem deixar o entusiasmo dos presentes cair, Hughes anuncia mais uma faixa do disco Stormbringer. Temos a execução de “HOLY MAN” que é bem recebida por todos os presentes. Intercalando com mais uma música solo, temos “STEPPIN ON” e o show encerra-se com “YOU KEEP ON MOVING”, uma das minhas preferidas do disco Come Taste the Band.
Glenn e sua trupe saem sob uma salva de aplausos do palco, com todos os presentes gritando seu nome e pedindo que o show continue. Após alguns minutos, ainda sob uma grande ovação por parte dos presentes, Glenn retorna ao palco agradecendo a receptividade de todo o público, não apenas do Carioca Club, mas no Brasil como um todo. Fala um pouco sobre outras tours que fez no Brasil e diz o quanto gosta de estar em nosso país. Para encerrar o show, o bis iniciasse com “SOUL MOVER”, nos brindando mais uma vez com uma canção solo. Para encerrar o magnífico show, nada melhor do que literalmente colocar fogo na casa, fogo nos presentes, fogo sob o palco e fazer com que todos cantassem a plenos pulmões. O show se encerra com um dos maiores clássicos do Purple, nada mais que “BURN”. Com a sensação de dever cumprido toda a banda se reúne no centro do palco para agradecer aos presentes e se despedirem. Com tantos shows que pude presenciar ao longo do ano, posso dizer que este encerrou com chave de ouro, e aguardo o retorno de Glenn o mais rápido possível!!!
Agradeço
a todos que me acompanharam nesta resenha. Peço a gentileza de comentá-la
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Um abraço e até a próxima.
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