TIM 'RIPPER' OWENS
ABERTURA: BURN DOWN
MANIFESTO BAR, SÃO PAULO - SP

Review por Eduardo Jr. - Edição por André Luiz
Fotos por André Luiz (metalrevolution.net)

Era para ser mais uma sexta-feira normal, onde o cidadão aqui que vos escreve curte suas férias na praia com a família, amigos e tudo que tenho direito, mas, compromisso firmado é compromisso cumprido, além de que a reunião metal alcólica com os brothers em Sampa sempre é uma atividade para lá de saudável e relevante para a mente (não tanto para o fígado, obviamente) e neste caso, cobrir o show de uma figura que marcou a minha história como fã de heavy metal é algo excepcional. Dizer que Tim Ripper Owens é um vocalista excepcional é chover no molhado, ele já provou isto em todos os seus trabalhos, entretanto, o que eu por mais que tente não consigo entender é como um músico do naipe do Tim não consegue implacar em uma banda realmente de nome e que reflita suas idéias de forma definitiva. Bandas como Judas Priest, Iced Earth, e Malmsteen são ótimos veículos de divulgação para qualquer músico, mas, é inevitável que em bandas como estas você como músico seja obrigado a seguir determinados rótulos e direcionamentos musicais já existentes e que acabam por limitar naturalmente a sua criatividade. Um bom exemplo disto são as carreiras solos de nomes como Bruce Dickinson, Rob Halford, Dio e etc, a do próprio Ripper demonstra isto, porém, se tratando de Tim Owens, seus trabalhos solos não são tão consistentes quanto deveriam.

Tim Owens  - por André Luiz (metalrevolution.net)

Bom, focando o show em si, o destaque inicial como sempre é o ambiente do Manifesto, lendária casa Paulistana que sempre acolhe shows de grandes nomes da cena e não poderia deixar de citar todos os amigos(as) presentes. Destaque ao Brother Bonatti que foi buscar este transeunte no metrô, pois o mesmo como bom caiçara (PS.: morador do litoral paulistano) que se preze, estava perdido na capital paulista.

Sobre a banda de abertura, é incrível que o que me resta a dizer sobre ela sejam apenas algumas linhas, uma vez que esta banda é quase que uma incógnita para mim e foi também para a grande e esmagadora maioria dos presentes ao evento. O nome da mesma é “Burn Down” e até onde consegui analisar o som próprio executado até que possue uma ótima pegada, um heavy metal muito bem executado, além de um cover do Mr. Madman Ozzy Osbourne apresentado, porém, após o início da terceira música do repertório dos caras, uma corda da guitarra do único guitarrista da banda quebra e para minha total surpresa, o show é interrompido, algo a meu ver totalmente negativo para a imagem de um grupo que esta começando e que esta abrindo o show de um grande nome da cena, uma guitarra reserva, seria de grande valia neste caso. Após uma longa pausa, o “Burn Down” retorna ao palco e finaliza sua fraca apresentação, que este episódio sirva de experiência a eles e que a banda evolua, pois possuem um bom potencial.

Pouco após as 1h30m de sábado, já podiamos notar a movimentação dos músicos de apoio no palco, banda esta composta por BJ (guitarra e vocal), Leo Mancini (guitarra), Paulo Soza (baixo) e Gabriel Triani (bateria), que formam a excelente banda Tempestt (exceto Leo Mancini que já não faz mais parte da line up). A meu ver, Tim Owens não poderia ter escolhido músicos de apoio melhores diante do cenário brazuca, músicos para lá de compententes entrosados que souberam executar todas as músicas com maestria, carisma e sintonia. Meu destaque e minha total alegria com relação a banda de apoio, fica por conta do baixista Paulo Soza, que é meu camarada das antigas da cena do Litoral da Baixada, mais precisamente da Praia Grande, um músico brilhante e que me deixa extremamente feliz em vê-lo obter o sucesso, e o reconhecimento que merece junto ao Tempestt e aos demais projetos e atividades relacionadas a música, é uma enorme alegria vê-lo ao lado de um grande nome como o Ripper, até mesmo pela batalha, dedicação e profissionalismo que sempre dedicou a sua música e ao seu trabalho.

O show se inicia de uma forma surpreendente, dando aquele choque nos presentes, logo de cara ouve-se a intro de bateria para lá de clássica de um grande hino do Judas Priest denominado “Painkiller”, um petardo que ganhou nova roupagem e nova energia com os vocais de Tim Ripper Owens a frente do Judas Priest. Logicamente que esta música logo na abertura contagiou o público presente, inclusive este que vos escreve, e os agudos ensandecidos acompanhando Mr. Ripper foram inevitáveis. Após o primeiro petardo, alguém na platéia grita “Mr Crowleeeeey “ e Tim, extremamente simpático e carismático responde “Mr Crowley no! I am Mr Ripper!” e em seguida, assim como fazia nos seus tempos como Front Man do Judas Priest, faz a célebre pergunta “What’s my name???” e anuncia “The Ripper” como o próximo clássico da noite.
Nota: citação pública de Tim ao meu grande brother Johnny Z, idealizador e mentor do Site Brazuca www.timripperowens.com.br . Um pequeno gesto de Tim em reconhecimento ao trabalho e devoção de um fã ao seu trabalho e história dentro da música.

Tim Owens  - por André Luiz (metalrevolution.net)
Tim Owens  - por André Luiz (metalrevolution.net)

Após “Painkiller” e “The Ripper” do Judas, o show segue com uma música do seu novo trabalho intitulado “Play My Game” chamada “Believe”, para dar uma acalmada nos presentes uma vez que perceptivelmente, poucos conheciam esta música. O show segue com um clássico absoluto do rock/metal de um grande nome da cena, Deep Purple, e inicia-se a intro de “Highway Star” que novamente incendeia o público. Destaque nesta faixa ao solo de contra baixo executado por Paulo Soza e aos Backing Vocals do Guitarrista BJ.

Para o fã de Judas Priest como um todo, independente de ser com o Ripper nos vocais ou com Halford, ou até mesmo em um show de uma banda Cover de Judas Priest, é inevitável não torcer para que determinadas músicas sejam executadas. “Electric Eye” é uma delas e eis que temos seu início (sem a costumeira “The Hellion” como intro), como era de se esperar, o público canta junto cada palavra. Após mais um momento ‘Judasprístico’ memorável, Tim anuncia uma das melhores músicas gravadas por ele após a sua saída da banda que o revelou em uma esfera mundial, temos então o início da música, “And... You Will Die”, gravada com a banda “Beyond Fear” em 2006, trabalho este muito bem aceito pela mídia na ocasião.

Um show de um grande nome como o de Tim “Ripper” Owens, que já fez e ainda faz parte de bandas lendárias da cena metal mundial é sem duvida nenhuma um prato cheio para quem gosta da variedade que o metal proporciona, no caso, temos sons imortais do Heavy Tradicional como os do Judas Priest, até um melódico piruliteiro do naipe de um Malmsteen, e é o que temos na sequência, “Rising Force” do nosso “humilde” e “God of Arpeggios” Yngwie. A execução desta faixa de certa forma me surpreendeu, uma vez que Owens gravou por inteiro o último cd do Mr Malmsteen denominado “Perpetual Flame” de 2008 e seria uma lógica óbvia a execução de alguma música deste cd, o que não ocorreu.
Nota: O Tempestt já executou músicas do Malmsteen em outras ocasiões, já que são músicos de apoio do vocalista Jeff Scott Sotto, que também já soltou a voz para o Sr. Malmsteen.

Temos na sequência mais uma música do último trabalho solo denominada “Starting Over”. Na seqüência, outra música hino de uma banda clássica e que com Tim nos vocais ganhou um tempero novo, uma técnica e uma roupagem nova, trata-se de “Green Monalishi” e que Tim executa com extrema maestria e técnica, o que por sinal, para quem conhece o Cd ao vivo gravado por ele em sua época de Judas Priest denominado “Live Meltdown”, sabe muito bem o que quero dizer. Tim “Ripper” Owens, a meu ver, trata-se de um vocalista extremamente versátil, que possue um timbre de voz e uma potencial vocal incomum e privilegiada e que possibilita a ele cantar inúmeros tipos de música dentro do Rock e do Metal com extrema maestria e identidade, indo desde um Annihilattor até Beatles. Tim em sua jornada dentro do metal participou de inúmeros projetos, tributos e coletâneas, e em todas elas deu uma roupagem nova aos sons que cantou, bons exemplos do que digo são as versões encabeçadas por ele de “Mr Crowley” (Ozzy Osbourne), “Round And Round” (Aerosmith), “Hey Jude” (Beatles), “Alice In Hell” (Anihilattor), além de “Flight Of Icarus” (Iron Maiden) que é a música que se segue e que leva o público mais uma vez a cantar cada palavra da mesma.

O show volta novamente seu foco para os clássicos da era Ripper com o Judas Priest e temos uma sequência matadora composta por “Grinder” e “One on One”, esta última presente no álbum “Demolition” de 2001, último registro do Judas com Ripper a frente dos vocais. Tim em todas as suas entrevistas e em perguntas que invocam suas influências como vocalista sempre frisou que o Black Sabbath faz parte de suas preferências, o que é louvável já que a meu ver o metal nasceu do Black Sabbath, então, para coroar isto, temos na sequência “Symptom Of The Universe” que obviamente faz a galera pular.

Tim Owens  - por André Luiz (metalrevolution.net)

Finalizando a noite, dois verdadeiros hinos são despejados sobre o público, “Breaking The Law” e “Living After Midnight”, ambas do Judas Priest. Uma noite memorável regada a muita cerveja desde a recepção no Metrô (Bonatti & Friends and Girl) e de uma dose direta de heavy metal puro na veia, além de uma lição de simpatia do nome da noite, Tim Ripper Owens, que atendeu com muito carisma e atenção a toda a equipe de imprensa e de suporte ao evento além de muitos de seus fãs.

IMAGENS DA NOITE
Tim Owens  - por André Luiz (metalrevolution.net)
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Pontos Negativos: Um único garçom no Bar do Manifesto para fazer a caipirinha e logicamente a banda de abertura pelo despreparo.

Pontos Positivos: Público e amigos presentes, além da banda de apoio do Ripper que mandou muito bem.

AGRADECIMENTOS
Manifesto Rock Bar, Equipe Brazil Under Ice, Bruno Garrido (Promotor do Evento) e a meu brother André Luiz Metal Revolution pela oportunidade e pela zuera costumeira.